Rádio Lucweb: Caso Maju Coutinho: Ataques racistas a jornalista da Globo serão investigados pelo Ministério Público

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4 de jul. de 2015

Caso Maju Coutinho: Ataques racistas a jornalista da Globo serão investigados pelo Ministério Público

O Ministério Público de São Paulo vai investigar os ataques racistas feitos na internet à jornalista Maju Coutinho, garota do tempo do Jornal Nacional. As informações são da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

Em entrevista à coluna, o promotor de Justiça responsável pelo caso, Christiano Jorge Santos, da 1ª Promotoria de Justiça Criminal da capital disse que o MP vai "rastrear de onde vêm os xingamentos e identificar os autores".
Ainda segundo a Santos disse à coluna, por causa do conceito de territorialidade na internet, a investigação pode ser feita de qualquer parte do país. O MP decidiu abrir o inquérito por conta própria, após a grande repercussão do caso.
#SomosTodosMajuCoutinho
A jornalista Maria Julia Coutinho voltou a ser vítima de comentários racistas, desta vez em uma publicação na página do Facebook do Jornal Nacional na noite desta quinta-feira (3). Os comentários publicados durante a madrugada por leitores da página e expectadores do jornal foram extremamente pejorativos e racistas.
Mais tarde, as mensagens negativas foram removidas do perfil do jornal pela equipe que administra a rede social. Em contrapartida, outros usuários, revoltados com os comentários preconceituosos, saíram em defesa da jornalista e se manifestaram rebatendo os comentários no post. William Bonner se manifestou nas redes sociais e, a partir da declaração dele, outros famosos entraram no movimento e divulgar a hashtag #SomosTodosMajuCoutinho.



Na edição do Jornal Nacional desta sexta-feira (3), William Bonner noticiou o fato logo após a previsão do tempo. "Pelo menos 50 criminosos colocaram mensagens racistas para a Maju", relatou Bonner. "Mas milhares de internautas saíram em defesa dela".
Renata Vasconcellos completou, dizendo que o caso será investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e que a própria Globo está estudando as medidas judiciais cabíveis. Em seguida, a dupla de âncoras deu espaço à própria Maju, que fez seu pronunciamento sorridente. Ela disse:
"Muita gente imaginou que eu estaria chorando pelos corredores, mas a verdade é que eu já lido com essas questões desde que me entendo por gente. Eu não esmoreço. Tive a sorte de ter pais militantes, que sempre me orientaram a enfrentar o ódio da maneira correta. Fiquei muito feliz com as manifestações de carinho, recebi milhares de e-mails me dando apoio. A minha militância é fazer o meu trabalho bem feito, com carinho e competência. Os preconceituosos ladram, mas a caravana passa!"
Não foi a primeira vez...
Maria Julia Coutinho estreou como garota do tempo no Jornal Nacional em abril, e é a primeira negra a assumir a função. Irreverente, ela integra o time que deixa o jornalístico mais "descontraído" e integrado com o telespectador -- certa vez ela incluiu imagens de pontos turísticos na meteorologia após sugestão de um telespectador, por exemplo.
Mas, com comentários racistas, como no dia em que foi chamada de “cabelo ruim” por um internauta nas redes sociais, ela disse em entrevista ao Jornal Extra, do Rio, que não gasta energia com isso:
"Não me abalo. Acho triste, mas sou muito consciente. Cresci numa família que militou no movimento negro. Não perco muito tempo com isso"

"Tenho ficado feliz. De uns tempos para cá, minha cor tem ficado invisível na maioria das entrevistas que estou dando. Tenho sido tratada como Maria Júlia Coutinho, a Maju, a jornalista, e ponto. É assim que deve ser, pois ninguém se refere ao Bonner como o jornalista branco de cabelos grisalhos, nem à Renata [Vasconcellos] como a jornalista de cabelos castanhos e pela clara".

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