Cantores ícones da música sertaneja concederam entrevista exclusiva ao DIA sobre a experiência de se tornar enredo
Rio - Madrugada de terça-feira, Ramos, subúrbio da Leopoldina. A quadra da Imperatriz lotada acompanhava a final do concurso do samba de enredo para 2016, quando a escola homenageará, na Avenida, a dupla Zezé di Camargo e Luciano. Os nomes da festa, claro, estavam presentes como convidados de honra da agremiação.
Ricos e famosos, estrelas máximas da música sertaneja, Zezé di Camargo e Luciano pareciam não acreditar no que viam. Humildes e simpáticos, seus olhares lembravam Mirosmar José e Welson David (seus nomes de batismo), aqueles dois meninos que nasceram muito pobres em Capela do Rio do Peixe, distrito de Pirenópolis (GO), e ganharam o Brasil cantando o amor “que mexe com a minha cabeça e me deixa assim”. Olhares tão bem retratados no filme ‘Dois Filhos de Francisco’.
Estrelas do sertanejo falaram exclusivamente ao DIAFoto: Anderson Borde/ AgNews
Para eles, a homenagem no Carnaval carioca é uma glória que lhes parecia inalcançável. E olha que não lhes faltam glórias, prêmios e recordes na carreira. Populares em cada canto deste país, Zezé di Camargo e Luciano sempre souberam que o Rio era diferente. A cidade do samba, dos cariocas descolados, nunca escondeu uma certa implicância com as duplas sertanejas. Vide as críticas sofridas pela Imperatriz quando anunciou que eles seriam enredo em 2016.
“Quando viemos ao Rio pela primeira vez, em 1992, o taxista ouvia a rádio FM O DIA. Quando o locutor anunciou ‘agora vamos ouvir a música da hora: É o Amor, de Zezé di Camargo e Luciano’, A gente se abraçou e começou a chorar. Se conseguimos ser a música da hora no Rio, conquistar o Brasil era questão de tempo”, lembrou Zezé, orgulhoso.
Zezé di Camargo: "Se o Rei Roberto Carlos chorou quando desfilou, imagina eu. Tenho certeza que vai ser a maior emoção das nossas vidas"Foto: Anderson Borde/ AgNews
Acostumados a vencer desafios e preconceitos não apenas através da música, mas também pelo jeito simples com que tratam todos ao redor, faltava na carreira de Zezé di Camargo e Luciano o grande dia: uma homenagem na festa mais popular do planeta.
“O filme nos colocou em outra dimensão. Mas o Carnaval contará, durante 85 minutos, nossa história para 170 países. São bilhões de pessoas sabendo que eu existo. O filme fez muito sucesso, mas nem tanto. Só o Carnaval é capaz de fazer isso. Não tem show mundial, Rock in Rio, nada parecido”, emocionou-se Luciano, ao lado do irmão, em entrevista exclusiva ao DIA.
Pouco acostumados aos sambas de enredo, Zezé di Camargo e Luciano estavam impressionados com a safra da Imperatriz. Para muitos, a melhor do Carnaval 2016. Na final de ontem, venceu a parceria de Zé Katimba, baluarte da escola.
Luciano: "Meu pai sonhou que faríamos uma dupla. E nós sonhamos tocar o coração das pessoas. Mas estar aqui é muito mais"Foto: Anderson Borde/ AgNews
“Sertanejo dá samba. A escola produziu uma safra maravilhosa”, elogiou Luciano, que caiu na folia, diferentemente do irmão. “Eu não sei sambar. Nem preciso. No dia do desfile eu só vou chorar mesmo”, brincou.
A emoção tinha razão de ser. No dia em que saíram de casa e a mãe lhes disse “filho, vem cá” e em seguida: “vá com Deus, que este mundo inteiro é seu”, estava tudo incluído. Menos o Rio.
“O Rio é muito mais do que um sonho. Era o último reduto a ser conquistado”, disse Zezé. E a mãe que eles deixaram na porta, chorando a lhes abençoar, hoje sabe que o dever foi cumprido. “Ela está feliz demais da conta”, disseram, com o sotaque sertanejo numa noite inesquecível em suas vidas.
Cante a letra
Enredo:
É O AMOR... QUE MEXE COM MINHA CABEÇA E ME DEIXA ASSIM... DO SONHO DE UM CAIPIRA NASCEM OS FILHOS DO BRASIL
Compositores:
Zé Katimba, Adriano Ganso, Jorge do Finge, Moisés Santiago e Aldir Senna
Intérpretes:
Tinga e Marquinho Art’Samba
Participação especial: Lucy Alves
Chora cavaco, ponteia viola / Pega a sanfona, meu irmão, chegou a hora / Sou brasileiro, caipira pirapora / Sagrada lida, vida sertaneja / Guardo as lembranças lá do meu torrão / O galo canta anuncia novo dia / Abre a porteira do meu coração / Minhas andanças marejadas de saudade / Semeiam sonhos... felicidade / Ouvir a orquestra espantar, vibrar numa só voz / Dançar no vento... os girassóis / No amanhã hei de colher, o que hoje for plantar / Visão que o tempo não desfaz / Dourada serra que reluz no meu Goiás
Minha terra...
Sou som do cerrado brejeiro / Onde a Lua inocente vagueia / Berrante, peão, vaquejada / Tocando a boiada
A estrela que clareia
Sou matuta, ribeira, caipira
Não desgoste de mim quem não viu... ô Paixão derramada na rima / O encanto da menina
Um pedaço feliz do Brasil
Festa... tem cavalhada e romaria / Risos... os mascarados vêm brincar / Na fé que une e faz o povo acreditar / Que um grande sonho pode se alcançar / A esperança do pai brilhou / Nos filhos que o Brasil consagrou / Talento e arte, vitória e superação / Que um anjo caipira abençoou / Se toda história tem início, meio e fim / A nossa começou assim
É o amor...
A receita da alegria
Sentimento e magia
A razão do meu cantar
É o amor...
Minha escola na avenida
A paixão da minha vida
Verde é minha raiz, Imperatriz
fonte:http://odia.ig.com.br/diversao/carnaval/
Rio - Madrugada de terça-feira, Ramos, subúrbio da Leopoldina. A quadra da Imperatriz lotada acompanhava a final do concurso do samba de enredo para 2016, quando a escola homenageará, na Avenida, a dupla Zezé di Camargo e Luciano. Os nomes da festa, claro, estavam presentes como convidados de honra da agremiação.
Ricos e famosos, estrelas máximas da música sertaneja, Zezé di Camargo e Luciano pareciam não acreditar no que viam. Humildes e simpáticos, seus olhares lembravam Mirosmar José e Welson David (seus nomes de batismo), aqueles dois meninos que nasceram muito pobres em Capela do Rio do Peixe, distrito de Pirenópolis (GO), e ganharam o Brasil cantando o amor “que mexe com a minha cabeça e me deixa assim”. Olhares tão bem retratados no filme ‘Dois Filhos de Francisco’.
Estrelas do sertanejo falaram exclusivamente ao DIAFoto: Anderson Borde/ AgNews
Para eles, a homenagem no Carnaval carioca é uma glória que lhes parecia inalcançável. E olha que não lhes faltam glórias, prêmios e recordes na carreira. Populares em cada canto deste país, Zezé di Camargo e Luciano sempre souberam que o Rio era diferente. A cidade do samba, dos cariocas descolados, nunca escondeu uma certa implicância com as duplas sertanejas. Vide as críticas sofridas pela Imperatriz quando anunciou que eles seriam enredo em 2016.
“Quando viemos ao Rio pela primeira vez, em 1992, o taxista ouvia a rádio FM O DIA. Quando o locutor anunciou ‘agora vamos ouvir a música da hora: É o Amor, de Zezé di Camargo e Luciano’, A gente se abraçou e começou a chorar. Se conseguimos ser a música da hora no Rio, conquistar o Brasil era questão de tempo”, lembrou Zezé, orgulhoso.
Zezé di Camargo: "Se o Rei Roberto Carlos chorou quando desfilou, imagina eu. Tenho certeza que vai ser a maior emoção das nossas vidas"Foto: Anderson Borde/ AgNews
Acostumados a vencer desafios e preconceitos não apenas através da música, mas também pelo jeito simples com que tratam todos ao redor, faltava na carreira de Zezé di Camargo e Luciano o grande dia: uma homenagem na festa mais popular do planeta.
“O filme nos colocou em outra dimensão. Mas o Carnaval contará, durante 85 minutos, nossa história para 170 países. São bilhões de pessoas sabendo que eu existo. O filme fez muito sucesso, mas nem tanto. Só o Carnaval é capaz de fazer isso. Não tem show mundial, Rock in Rio, nada parecido”, emocionou-se Luciano, ao lado do irmão, em entrevista exclusiva ao DIA.
Pouco acostumados aos sambas de enredo, Zezé di Camargo e Luciano estavam impressionados com a safra da Imperatriz. Para muitos, a melhor do Carnaval 2016. Na final de ontem, venceu a parceria de Zé Katimba, baluarte da escola.
Luciano: "Meu pai sonhou que faríamos uma dupla. E nós sonhamos tocar o coração das pessoas. Mas estar aqui é muito mais"Foto: Anderson Borde/ AgNews
“Sertanejo dá samba. A escola produziu uma safra maravilhosa”, elogiou Luciano, que caiu na folia, diferentemente do irmão. “Eu não sei sambar. Nem preciso. No dia do desfile eu só vou chorar mesmo”, brincou.
A emoção tinha razão de ser. No dia em que saíram de casa e a mãe lhes disse “filho, vem cá” e em seguida: “vá com Deus, que este mundo inteiro é seu”, estava tudo incluído. Menos o Rio.
“O Rio é muito mais do que um sonho. Era o último reduto a ser conquistado”, disse Zezé. E a mãe que eles deixaram na porta, chorando a lhes abençoar, hoje sabe que o dever foi cumprido. “Ela está feliz demais da conta”, disseram, com o sotaque sertanejo numa noite inesquecível em suas vidas.
Cante a letra
Enredo:
É O AMOR... QUE MEXE COM MINHA CABEÇA E ME DEIXA ASSIM... DO SONHO DE UM CAIPIRA NASCEM OS FILHOS DO BRASIL
Compositores:
Zé Katimba, Adriano Ganso, Jorge do Finge, Moisés Santiago e Aldir Senna
Intérpretes:
Tinga e Marquinho Art’Samba
Participação especial: Lucy Alves
Chora cavaco, ponteia viola / Pega a sanfona, meu irmão, chegou a hora / Sou brasileiro, caipira pirapora / Sagrada lida, vida sertaneja / Guardo as lembranças lá do meu torrão / O galo canta anuncia novo dia / Abre a porteira do meu coração / Minhas andanças marejadas de saudade / Semeiam sonhos... felicidade / Ouvir a orquestra espantar, vibrar numa só voz / Dançar no vento... os girassóis / No amanhã hei de colher, o que hoje for plantar / Visão que o tempo não desfaz / Dourada serra que reluz no meu Goiás
Minha terra...
Sou som do cerrado brejeiro / Onde a Lua inocente vagueia / Berrante, peão, vaquejada / Tocando a boiada
A estrela que clareia
Sou matuta, ribeira, caipira
Não desgoste de mim quem não viu... ô Paixão derramada na rima / O encanto da menina
Um pedaço feliz do Brasil
Festa... tem cavalhada e romaria / Risos... os mascarados vêm brincar / Na fé que une e faz o povo acreditar / Que um grande sonho pode se alcançar / A esperança do pai brilhou / Nos filhos que o Brasil consagrou / Talento e arte, vitória e superação / Que um anjo caipira abençoou / Se toda história tem início, meio e fim / A nossa começou assim
É o amor...
A receita da alegria
Sentimento e magia
A razão do meu cantar
É o amor...
Minha escola na avenida
A paixão da minha vida
Verde é minha raiz, Imperatriz
fonte:http://odia.ig.com.br/diversao/carnaval/
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